Oito em cada dez inadimplentes conseguem quitar as dÃvidas renegociando com os bancos
Publicado em 28/08/2013 - Atualizado em 26/01/2024
Quando a dívida já não cabe mais no bolso e as chances de pagá-la ficam cada vez mais distantes, ainda resta uma alternativa que na prática tem mostrado excelentes resultados: encarar o gerente e fazer um acordo com o banco. É exatamente o que mostra uma pesquisa encomendada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) ao revelar que oito em cada dez consumidores (84%) inadimplentes conseguem quitar as dívidas renegociando o valor diretamente com os bancos. O estudo foi realizado com o objetivo de traçar o perfil e os hábitos de consumidores adimplentes e inadimplentes no Brasil. Para isso foram ouvidas 1.238 pessoas de todas as 27 capitais brasileiras entre os dias 24 de julho e primeiro de agosto.
Os números revelam uma mudança clara de comportamento na maneira como os bancos brasileiros passaram a se relacionar com os próprios clientes, sobretudo os de menor poder aquisitivo. Se antes a relação era inflexível, agora as instituições financeiras parecem querer ouvir propostas e renegociar, independentemente do perfil do correntista. É tanto que o estudo mostra que o percentual de consumidores das classes C, D e E que conseguiram chegar a um acordo com o banco é 6% maior do que consumidores das classes A e B. “A portabilidade das dívidas, implementada no Brasil em abril do ano passado, incentivou o consumidor a transferir os débitos de um banco para o outro em busca de juros menores. Para contornar a concorrência, os bancos estreitaram a relação com os cli entes e desburocratizaram a negociação”, explica o presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), Roque Pellizzaro Junior.
Segundo os economistas do SPC Brasil, ao propor um acordo com a instituição credora, é possível conseguir bons resultados como reduzir o tamanho das prestações, obter juros menores e prazos mais alongados. Se a intenção do consumidor for pagar a vista, é possível até pedir um desconto no valor total da dívida. Essas condições são bem vantajosas e possíveis de negociação, se levarmos em consideração que a maior parte das dívidas destas pessoas foi contraída por serviços oferecidos pelos próprios bancos e, na maioria dos casos, possuem valores que extrapolam o orçamento dos inadimplentes.
E este é exatamente o perfil das dívidas apontado pelo estudo: quatro em cada dez consumidores inadimplentes tiveram os nomes incluídos em serviços de proteção ao crédito por atrasos referentes a cartões de crédito (46%) ou financiamentos bancários (40%). Além disso, quase a metade dos débitos (45%) estão concentrados em valores entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Surpreendentemente, o percentual de consumidores de classes C, D e E dentro desse intervalo sobe de 45% para 52%. “São valores altos, que em muitos casos ultrapassam em cinco vezes o valor da renda familiar dessas pessoas. É preciso sentar para negociar com o credor o mais rápido possível para se chegar a um acordo razoável para ambas as partes”, analisa o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges.
Fonte: CNDL Notícias