Novas regras para a Black Friday
Publicado em 19/10/2015 - Atualizado em 26/01/2024
As empresas que desejarem obter o Selo Black Friday Legal 2015 têm até o dia 12 de novembro para cadastrarem-se no site da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (http://www.camara-e.net/). O programa foi instituído pela entidade em 2013 e tem como objetivo dar maior credibilidade às lojas virtuais e proteger os consumidores durante a promoção, que, neste ano, acontecerá no dia 27 de novembro. Ao preencher o formulário on-line, as instituições se comprometem a realizar ofertas reais e a participar de uma pesquisa e de uma capacitação promovidas pela entidade.
De acordo com Fernando Ricci, secretário executivo da Câmara-e, o selo identifica as empresas que aderiram ao Código de Ética do Consumidor, comprometendo-se com as boas práticas do e-commerce. Durante o processo de seleção, a entidade verifica, entre outros requisitos, a situação cadastral da empresa na Receita Federal (CNPJ e Razão Social) e se os sites disponibilizam guias de contato para os clientes. "Neste ano, nós ficamos um pouco mais criteriosos e acrescentamos outros itens, como uma pesquisa que será feita com as empresas que nós avaliarmos como aptas para obter o selo."O estudo será desenvolvido em parceria com o Sebrae e vai avaliar as entidades cadastradas antes e depois da sexta-feira. Segundo o executivo, a situação financeira da instituição também será avaliada. "Além disso, o que está sendo analisado, basicamente, é se os empreendimentos cumprem com o Código de Ética do Consumidor. Se sim, eles passam para a segunda fase, que é uma capacitação."
Os treinamentos têm o objetivo de mostrar às micro, pequenas e médias empresas como elas podem se adequar à legislação brasileira do e-commerce. Até o momento, três aulas presenciais já aconteceram e mais uma está prevista para outubro. No entanto, Ricci destaca que as instituições que desejarem obter o selo, mas não conseguirem assistir à capacitação presencial, poderão ter acesso a ela virtualmente, no site da camara-e. No ano passado, cerca de 450 empresas obtiveram o selo Black Friday Legal. Segundo Ricci, a expectativa é de que o número dobre neste ano - até o momento, cerca de 300 instituições já estão cadastradas. Os sites que tiverem seus domínios registrados na lista de páginas a serem evitadas do Procon não poderão se inscrever. Já as empresas que aceitarem o código de ética do Black Friday 2015 e descumprirem as regras poderão ser suspensas da promoção em 2016.
Desde a metade do ano, diversas empresas vêm se preparando para a sexta-feira. Executivos da Máquina de Vendas, que controla as varejistas Insinuante, Ricardo Eletro, Salfer, City Lar e Eletroshopping, por exemplo, reúnem-se todas as semanas para repassar a estratégia que será usada na Black Friday. Já a Cnova, que controla as operações on-line de Ponto Frio, Casas Bahia e Extra, faz testes em seus sites com promoções pontuais para se certificar de que o site dará conta dos pedidos nas 24 horas do evento. O planejamento envolve ainda a reorganização dos centros de distribuição para facilitar a retirada dos bens de maior saída e o acerto com transportadoras. A meta é reduzir o tempo de entrega dos produtos para, em média, 12 dias - no ano passado, foram 14.
ACâmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e), a edição de 2014 movimentou R$ 1,16 bilhão no e-commerce brasileiro. Fernando Ricci, secretário executivo da Câmara-e, acredita que a data de 2015 deverá arrecadar 15% a mais do que a última edição.
Segundo pesquisa do Zoom, site que compara preços e produtos, que entrevistou 20 mil pessoas sobre a expectativa com a data, o atual cenário da economia não desmotivou os consumidores. A maioria dos entrevistados (71%) pretende comprar na Black Friday deste ano se encontrar bons descontos; 28% afirmaram não ter dúvidas de que comprarão, e apenas 1% não tem intenção de realizar compra alguma.
Outra constatação importante do estudo é que, cada vez mais, a Black Friday ganha força no Brasil, já que 64% das pessoas afirmam ter encontrado descontos significativos nos produtos que desejavam na edição passada. Além disso, 40% dos consumidores estão confiantes de que, neste ano, também encontrarão boas ofertas. Para os entrevistados, a data tem uma relevância ainda maior no comércio eletrônico, pois a maioria (85%) acredita encontrar descontos melhores nas lojas on-line do que no varejo físico. Os produtos mais desejados são celulares (57%), televisões (43%), eletrodomésticos (33%), eletroportáteis (29%) e notebooks (27%).
De acordo com uma pesquisa realizada em agosto pelo Google com 1.539 internautas, há interesse ainda por livros, jogos e passagens áreas. O estudo indicou que 82% dos consumidores que compraram na Black Friday de 2014 pretendem repetir a experiência neste ano.
Segundo José Melchert, diretor de varejo on-line do Google no Brasil, a antecipação das promoções e das vendas para os dias anteriores à sexta-feira deve se intensificar neste ano. A ideia é aproveitar o interesse dos consumidores, que já estarão em busca de preços mais baixos. De acordo com a Serasa Experian, no ano passado, o domingo anterior à Black Friday foi o dia do mês que mais teve novos visitantes às páginas das principais varejistas.
Fonte: Jornal do Comércio