Confiança dos Micro e Pequenos Empresários cresce 18% em um ano, mostra indicador do SPC Brasil e da CNDL

Publicado em 20/07/2016 - Atualizado em 26/01/2024

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Pelo segundo mês seguido há mais empresários otimistas do que pessimistas com o futuro.


O Indicador de Confiança dos micro e pequenos empresários dos segmentos do varejo e de serviços calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) cresceu 18,0% na comparação entre junho e o mesmo mês do ano anterior, passando de 36,38 pontos para 42,93 pontos. Na comparação mensal com maio, quando o indicador estava em 42,19 pontos, houve um leve aumento de 1,77%.

Apesar das projeções técnicas apontarem para mais um ano de recessão, o indicador demonstra que os micro e pequenos empresários já nutrem alguma esperança com relação ao futuro da economia e dos seus negócios. "O desempenho econômico piorou sensivelmente e não escapa à percepção dos micro e pequenos empresários. Ao longo desse período, empresários e consumidores depararam-se com ambiente de grande incerteza e viram o impasse político paralisar a agenda econômica, o que agravou o quadro recessivo. Mas com a aparente expectativa de resolução da crise política, a retomada da agenda econômica e os primeiros indicadores de estabilização da economia, paulatinamente deve haver alguma retomada da confiança dos empresários", explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Já por meio das expectativas, o indicador busca medir o que se espera para os próximos seis meses.

Expectativas melhoram e avançam 19% em relação ao ano passado

Segundo o indicador, os micro e pequenos empresários do varejo e serviços melhoraram suas expectativas para os próximos seis meses. No último mês de junho, o indicador marcou 57,39 pontos, alta de 19,2% com relação ao mesmo mês do ano passado. Na comparação mensal, as expectativas para a economia passaram de 50,34 pontos, em maio, para 54,78 pontos, em junho. Com essa alta, o indicador manteve-se acima da marca neutra de 50 pontos, indicando que a maior parte desses empresários espera que a economia melhore nos próximos meses. O mesmo foi observado nas expectativas para os negócios, que atingiram 60,01 pontos.

Em termos percentuais, 41,6% manifestaram confiança com relação ao desempenho da economia para os próximos seis meses e 25,4% manifestaram pessimismo. Pela primeira vez o indicador acumulou dois meses seguidos em que o percentual de otimistas é maior do que o de pessimistas. Tratando-se dos negócios, o percentual de otimistas passa para 49,8% e de pessimistas para 17,5%. A maioria dos que se dizem otimistas com a economia, porém, não sabe explicar suas razões. Quatro em cada dez (42,6%) acreditam que de alguma maneira a situação irá se normalizar, enquanto 31,5% confiam na superação da crise política. Há ainda 13,5% de entrevistados que acreditam que a inflação será controlada e o país retomará o crescimento.

Considerando as expectativas sobre o faturamento da empresa nos próximos seis meses, 63,6% dos micro e pequenos empresários não preveem o crescimento das receitas. Entre esses, para 49,8% o faturamento não irá se alterar e, para 13,9% ele deve cair. Para esses últimos, a principal justificativa para o pessimismo é o fato de as vendas estarem sendo afetadas pela crise (64,9%). Há, no entanto, quase um terço (28,6%) de empresários que acredita no crescimento do faturamento da empresa. Entre essa parcela otimista de micro e pequeno empresário, a maior parte diz apenas ter fé e ser otimista em relação a esse assunto (26,2%), enquanto outros 25,3% disseram estar buscando outras estratégias de vendas e 15,7% justificam-se dizendo estar diversificando seu portfólio.

Metodologia da pesquisa.
O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) leva em consideração 800 empreendimentos do setor comércio varejista e serviços, com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100. Zero indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos negócios "pioraram muito"; 100 indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais "melhoraram muito".

Baixe a análise do Indicador de Confiança MPE clicando em "baixar arquivos" no link: https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos

Michel Belli, Presidente da CDL de Brusque comenta que uma das peças fundamentais nesse jogo de xadrez para o crescimento econômico no Brasil é chamado de "Confiança", a retomada da confiança é fundamental para o País esboçar sinais de melhora em meio à crise. "O empresário precisa confiar na economia, confiar no País, para assim poder assumir riscos e ampliar seus negócios, contratando, comprando mais matéria prima, aumentando pontos de vendas, fazendo a economia girar, não é só a confiança que fará o Brasil sair da crise, ainda precisamos de medidas efetivas do governo, o que acredito que se dará após a estabilidade política com a confirmação do Impeachment".

*Fonte: SPC Brasil.