Cenário político é indefinido, diz Eliane Cantanhêde na 47ª Convenção Estadual

Publicado em 22/05/2017 - Atualizado em 26/01/2024

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Jornalista da Globonews e Estadão defendeu governabilidade


Diante de quase mil empresários e dirigentes lojistas, a experiente jornalista Eliane Cantanhêde (Globonews e O Estado de S. Paulo) defendeu a estabilidade institucional, principalmente para viabilizar a aprovação das reformas trabalhista e da previdência no Congresso Nacional. “Qualquer solução deve respeitar a Constituição e um eventual impedimento de Michel Temer levará Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados à presidência”, defendeu no sexta-feira, 19 de maio, segundo dia da 47ª Convenção Estadual do Comércio Lojista, em Florianópolis. “Uma eleição direta impõe a mudança da Constituição, processo lento e custoso”.

Com 40 anos de profissão e passagens por veículos como Jornal do Brasil, Folha de São Paulo e O Globo, Cantanhêde viveu ciclos marcantes da história política do país – como os últimos anos da ditadura militar, a eleição e a morte de Tancredo Neves, o impeachment de Fernando Collor, o Plano Real e a ascensão do PT. “O cenário está absolutamente indefinido, os políticos não têm ideia do que deve acontecer”, admitiu a jornalista. Entre as poucas certezas: “ninguém conseguiu ou conseguirá barra a Lava Jato, que ainda terá muitos desdobramentos”.

Eliane Cantanhêde considera como cenário mais apropriado, no atual contexto, a manutenção de Michel Temer e a aprovação das reformas. “As boas notícias estavam começando a aparecer na economia quando nos deparamos com essa delação contra o presidente, que naturalmente, têm ampla repercussão e pode representar seu afastamento da presidência. Porém, essa alternância no poder, como já ocorreu em países como a Bolívia, Paraguai e Argentina, é muito prejudicial para o país”, avaliou.

João Dória e Marina Silva também mereceram objeções da analista: “João Dória foi um fenômeno eleitoral, mas não tem origem política como também não cumpriu sequer um ano de mandato à frente da prefeitura de São Paulo. E Marina não transmite segurança ao mercado, é uma incógnita em questões estratégicas de economia, por exemplo”.

“Apesar desta turbulência institucional acredito que o Brasil será modelo para o mundo, a Lava Jato será um exemplo de depuração política”, concluiu.

Fonte: FCDL