CDL e demais entidades repudiam manifestações

Reunião contou com a participação de diversos empresários, representantes de entidades, poder público e demais instituições

Publicado em 04/06/2018 - Atualizado em 26/01/2024

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Reunião contou com a participação de diversos empresários, representantes de entidades, poder público e demais instituições



Preocupadas com a atual situação da região de Brusque, Guabiruba e Botuverá e dos impactos gerados economicamente e socialmente em todo o país após a paralisação dos caminhoneiros, que chega a seu décimo dia, na manhã desta quarta-feira, 30 de maio, representantes de diversas entidades de classe da região estiveram reunidos na sede da Associação Empresarial de Brusque (ACIBr), para discutir a legitimidade das atuais manifestações que vêm ocorrendo, bem como medidas necessárias a serem tomadas diante dos recentes acontecimentos.
Estiveram presentes na oportunidade empresários e representantes da ACIBr, da Câmara de Dirigentes Lojistas de Brusque – CDL Brusque, Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Subseção Brusque, Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sindilojas), do SindiVest, Núcleo de Empresários de Botuverá, Prefeitura de Brusque, Polícia Militar, entre outros.
Na oportunidade as entidades ressaltaram que defenderam o apoio à greve dos caminhoneiros, por consideraram que até então suas reivindicações eram legítimas, entretanto, após o acordo federal feito e anunciado no último domingo, 27, a manifestação se desvirtuou. "Desde então passou para uma manifestação que a consideramos como ilegal, beirando até a ser criminosa em alguns momentos, em virtude das ações que estão sendo tomadas por alguns manifestantes. Neste momento, solicitamos aos poderes constituídos, tanto Municipal quanto ao Governo do Estado, e, principalmente, às forças de Segurança Pública, para atuarem energicamente nessa situação. Entendemos que a paralisação perdeu a razão de existir após as principais reivindicações serem atendidas, e que agora ela está passando por um movimento político partidário, tornando-se uma baderna generalizada", declarou o presidente da ACIBr, Halisson Habitzreuter.
Segundo ele, a paralisação afeta muito mais do que a produção das empresas e os impactos econômicos. “A vida da nossa população está sendo afetada diretamente por essa grande paralisação”, completou. Desta forma, não só a ACIBr, como também as demais entidades reiteraram que não apoiam mais a paralisação no país.
Para o presidente da CDL Brusque, cabe às entidades cobrar de Deputados Estaduais e Federais uma solução mais eficaz, em especial em termos de Segurança. “Sabemos que as orientações, em especial na área da Segurança ‘veem de cima’, e temos visto uma fraqueza do Governo do Estado nesse sentido. As empresas e o comércio precisam voltar a trabalhar e faturar, e é necessário mais agilidade do Governo do Estado para dar mais poder à Polícia Militar nas negociações e na repreensão aos meliantes infiltrados, que se aproveitaram da greve para impedir o nosso desenvolvimento”, frisou.

Decisão judicial
Na amanhã desta quarta-feira também foi concedida uma liminar, interposta pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e acatada pelo juiz Fernando de Castro Faria, da 2ª Vara da Fazenda Pública, que determina o desbloqueio imediato de todas as barreiras que estão no Estado, inclusive as que impedem a circulação de veículos de forma regulares, em todas as vias das cidades. “Há barreiras em nossa região e essa decisão acolhe o Estado como um todo. A ordem é para que a Polícia Militar estabeleça uma negociação de até duas horas com os manifestantes e, caso não ocorra, que a PM cumpra a lei e esta Ordem Judicial. Esperamos que não seja necessária, mas que haja o bom senso dessas pessoas que estão se oportunizando de um movimento justo e legítimo, feito pelos caminhoneiros, para implantar a desordem. Estamos com as demais entidades e com a classe empresarial e clamamos à sociedade que possamos voltar a trabalhar e restabelecermos as vias de acesso em nosso município”, ressaltou o presidente da OAB Brusque, Dr. Renato Munhoz.
Outra questão destacada por Munhoz foi em relação às manifestações alusivas à intervenção militar, ato considerado inconstitucional. “A ideia de intervenção militar, que é um procedimento totalmente ilegal, passível de prisão, inclusive, tem sido usado de pessoas de má fé para, sem conhecimento de causa, disseminar essa ideologia. A OAB já manifestou repúdio em relação a essa situação e destacamos a necessidade de estabelecimento da ordem não só no nosso município, mas no estado e país”, completou.

Segurança Pública
Também presente na reunião, o comandante do 18° Batalhão de Polícia Militar de Brusque, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, comentou que a paralisação tem causado grandes transtornos em toda a região, e na área da Segurança Pública não é diferente. "Tentamos, inicialmente, e até por ordem do Comando Geral, atender os serviços essenciais da sociedade para não deixar falhar. Agora estamos indo para um segundo estágio que é restabelecer a ordem de uma forma geral e o abastecimento".
Sobre a reunião pleiteada pela ACIBr, o comandante vê como fundamental para dar um respaldo maior à Segurança Pública, já que há abordagens noturnas inclusive, por parte de alguns manifestantes, em veículos em rodovias, como relatado por alguns empresários na terça-feira, na rodovia Antônio Heil. “Com esta reunião ficou claro que as entidades que até ontem apoiavam a partir deste momento não apoiam mais a paralisação, e isso é fundamental. Estamos no aguardo do Comandante Geral se manifestar, tendo em vista alguns despachos da própria Justiça catarinense para que possamos restabelecer a ordem, reduzir os bloqueios ou até cessá-los", completou Otávio.

Apoio
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) de Santa Catarina, Bruno Breithaupt, que cumpriu agenda em Brusque nesta quarta-feira, 30, também marcou presença da reunião e reiterou o apoio da Federação estadual no manifesto das entidades brusquenses. “A paralisação dos caminhoneiros foi legítima, outra coisa é o movimento político que está ocorrendo. Temos que acertar essa situação, pois essa conta, todos nós vamos pagar, infelizmente”, comentou.
Participaram ainda o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, João Beuting; o secretário de Assistência Social e Habitação, Deivis Silva; representantes da Distribuidora WDCom; presidente do Sindilojas, Marcelo Gevaerd; presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque, Botuverá, Guabiruba e Nova Trento (Sindivest) Rita Cassia Conti, o coordenador do Núcleo de Empresários de Botuverá, Eduardo Barni, além de demais empresários da região.
Ao final do encontro as entidades redigiram um manifesto, que deverá ser enviado também a Deputados Federais e Estaduais.


Fonte: Assessoria de Imprensa CDL