Aumento da alíquota para importados chegará aos consumidores

Governo federal amplia a taxa sobre produtos acabados e matérias primas, o que afetará artigos manufaturados e indústrias

Publicado em 06/09/2012 - Atualizado em 26/01/2024

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O governo federal anunciou, ontem, que vai aumentar as alíquotas de importação de cem produtos sob o pretexto de proteger a indústria nacional. Na prática, a medida representa aumento de preços para os consumidores finais de pneus e de qualquer produto que seja embalado a plástico.

Santa Catarina importa 98 dos cem produtos que terão a alíquota majorada, o que representou, em 2011, US$ 1,8 bilhão. Até julho deste ano, foram US$ 986 milhões, o equivalente a 12% de tudo o que o Estado importou no período.

A medida começa a vigorar dentro de 15 dias. Pelas regras da Organização Mundial do Comércio, o teto para elevação das alíquotas é de 35%, porém, na lista o maior percentual é de 25%. A elevação tarifária pode ser adotada por 12 meses, prorrogáveis por igual período.

Segundo o diretor da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Henry Quaresma, alguns setores serão beneficiados e outros prejudicados. No caso da indústria de calçados, o impacto pode ser negativo, já que utiliza cabedais importados. A indústria têxtil importa fios que terão alta na alíquota, mas grande parte do produto apenas entra pelos portos de SC e vai para SP.

No caso específico do plástico, segundo o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Material Plástico de SC, Vernon Campos, o impacto ocorrerá em todos os produtos que utilizam embalagens deste material, já que o imposto vai encarecer a matéria-prima plástica.

- Alimentos, bebidas, medicamentos, construção civil. Tudo o que usar plástico pode ter seus preços aumentados, afinal a alíquota era de 16%, recentemente aumentou para 20% e agora vai pular para 25% - explica.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Metalurgia de Jaraguá do Sul, Célio Bayer, SC tem empresas laminadoras que podem se beneficiar da medida, ganhando capacidade de competição com as chapas de metal importadas. Mas metal também é insumo.

- Nosso problema mais grave é a falta de competitividade - afirma.

No caso dos pneus, o aumento para o consumidor é certo, diz o vendedor da Floripa Pneus, Gilnei de Oliveira. Segundo ele, 80% dos pneus vendidos no país são importados, e, em geral, mais baratos do que os nacionais. E os fornecedores já acenam com reajuste nos preços.
- O que nos preocupa é que a indústria nacional não tem produção suficiente para abastecer o mercado interno. Ela é capaz de suprir apenas 40% da frota circulante atual.

Fonte: Diário Catarinense