7 dicas para renegociar suas dívidas

Publicado em 20/04/2016 - Atualizado em 26/01/2024

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Com as taxas de inflação e desemprego aumentando, ficou ainda mais urgente renegociar suas dívidas. A boa notícia? Livrar-se de valores devidos é possível

O brasileiro inadimplente deve, em média, R$21.676. O valor representa 768 por cento da renda familiar mensal dos consumidores nessa situação, segundo pesquisa do SPC Brasil e do Portal Meu Bolso Feliz. De acordo com o mesmo levantamento, o brasileiro inadimplente deve para cerca de 3 empresas e contraiu a maioria das dívidas por meio de cartão de crédito e de lojas, sendo que o valor atual da dívida é em média 70 por cento maior do que o original. "Por isso é tão importante negociar suas dívidas e pagar o quanto deve o mais rápido possível, para que a dívida não se transforme em uma bola de neve", diz Marcela Kawauti, economista do SPC Brasil.

O consumidor só tem a ganhar renegociando sua dívida. Além de conseguir melhores taxas de juros, ele pode, de fato, ter o seu valor devido reduzido, além de resolver um problema que só iria crescer. De acordo com dados do SPC, a taxa média de desconto na negociação é 22 por cento e chega a 69 por cento para quem propõe pagamento à vista.

"Se organizar para pagar todas as contas em atraso é o primeiro passo para sair da inadimplência", explica José Vignoli, educador financeiro do Meu Bolso Feliz. "Com dívidas atrasadas, o consumidor vai ter problemas para conseguir crédito no mercado e, tomar empréstimos ou mesmo abrir uma conta ou adquirir um cartão de crédito", complementa Vignoli.

Mas como encontrar a melhor maneira de eliminar a pendência que, provavelmente, já está muito maior do que você imaginava? Ao renegociar suas dívidas, tudo fica mais fácil. Veja abaixo 7 dicas para quitar seus pagamentos em atraso e sair do vermelho.

ANTES DE IR AOS CREDORES:

1 - Identifique o tamanho da sua dívida

Calcule exatamente o quanto deve. Se não souber ao certo, procure os credores para descobrir. Lembre-se que o valor deve considerar o montante emprestado mais os juros e taxas. Saber o valor dos juros separadamente é importante, inclusive, para facilitar a negociação, tendo a noção exata do quanto a mais está pagando com os juros. Faça isso com todas as suas dívidas.

2 - Veja quanto pode pagar por mês

Saber exatamente o quanto possui para negociar é fundamental ao discutir a sua dívida com o credor. Nosso simulador Diagnóstico Financeiro auxilia você na tarefa de descobrir o quanto gasta por mês - e o quanto sobra. Dessa forma, você planeja o pagamento de todas as suas contas e descobre o valor e o número de parcelas que pode pagar, já tendo uma proposta fechada para negociação. Antes de chegar para a conversa, certifique-se de ter coberto todas as possibilidades. Há alguma economia extra ou algum "bico" que possa fazer para ajudar a aumentar sua renda? E algum bem como carro ou eletrodoméstico que possa ser vendido? Se tiver uma poupança ou outro investimento, esta é a hora de utilizar o dinheiro guardado para ajudá-lo a sair das dívidas! Quanto mais tiver para mostrar, mais facilmente conseguirá um bom negócio.

AO NEGOCIAR COM OS CREDORES

3 - Procure o seu credor

Se você não souber quem é o profissional da empresa credora que você deve procurar, entre em contato com a central de relacionamento e eles lhe encaminharão à pessoa certa. Junto ao credor, busque entender quais as alternativas existentes para seu caso.
Se você tem mais de uma dívida, a solução é conversar com todos os credores e entender qual a sua situação em cada uma das empresas para as quais deve. Um primeiro contato que sinaliza a sua intenção de pagar sua dívida é muito importante no processo de negociação.

4 - Saiba priorizar as dívidas

Seja inteligente ao definir qual dívida pagar primeiro. "Em primeiro lugar, procure pagar a que possui a maior taxa de juros e aquelas que implicam em corte do serviço, no caso de não pagamento. Depois, priorize a dívida de valor mais alto", explica Marcela. Resolva um problema de cada vez e, com tempo, terá quitado todas as suas dívidas.

5 - Procure primeiro reduzir o valor da dívida

Sabendo o valor exato que pode oferecer e com quem falar, inicie a negociação. Neste momento é importante ser sincero, deixando clara a sua real situação financeira e o quanto de fato pode pagar. Lembre-se que o credor tem tanto interesse em receber a dívida quanto você tem em quitá-la. Assim, com uma conversa franca, pode ser mais fácil chegar num valor e em um número de parcelas que seja bom para ambos. Mas atenção: só faça uma proposta de pagamento que de fato conseguirá honrar.

6 - Mude o tipo de financiamento

Quando não houver dinheiro para a quitação da dívida, mesmo após a proposta de negociação, junto ao banco, proponha uma mudança no tipo de financiamento que você está usando.
Neste último caso, você pode obter um empréstimo mais barato, como, por exemplo, o crédito consignado (média de 26,5 por cento ao ano), para saldar a dívida existente em situações de juros elevados. Você continuará endividado, mas a dívida com juros menores crescerá de forma mais amena. "Mas lembre-se: não adianta se comprometer a pagar uma parcela de R$1.000 para o banco e, no mês seguinte, não ter dinheiro para honrar o acordo", diz Vignoli. Pesquise suas opções.

7 - Recorra à portabilidade

Outra forma de tentar obter juros mais baratos é recorrer à Portabilidade do Crédito. Trata-se da possibilidade de, encontrando um banco que aceite financiá-lo em condições melhores que as do seu banco atual, poder "mudar" sua dívida de uma instituição para outra, melhorando as condições de seu empréstimo e reduzindo custos, até, enfim, quitar essa dívida.

Uma ajuda do Procon

O Programa de Apoio ao Superendividado do Procon pode ser um bom começo - e até a solução para quem sofre com as dívidas. Seu principal objetivo é auxiliar os consumidores superendividados, orientando e promovendo a renegociação de dívidas com os seus credores. Segundo dados da instituição, o prazo entre a primeira ida do consumidor ao núcleo que ajuda os superendividados na fundação e a assinatura do acordo é de 60 a 90 dias, em média. E, em 76 por cento dos atendimentos feitos no programa, chega-se a acordos com os credores.

Fonte: Portal Meu Bolso Feliz